Da pós-verdade à pós-profundidade: como o universo das ideias se contaminou de conceitos plastificados que, tal como os microplásticos nos oceanos, são artificialmente brilhantes mas fundamentalmente vazios. Um olhar crítico sobre o desenvolvimento pessoal industrializado, onde a sabedoria é substituída por conteúdo pré-digerido e a profundidade se tornou apenas mais um produto para consumo.

Quanto vale uma conversa? E quanto custa? As expressões “as boas conversas não têm preço” ou “as conversas têm valor incalculável” podem bem enquadrar-se no conceito de profundidadezinha do filósofo Daniel Dennett. Aprofundemos.

Custa-me cada vez mais viver num mundo que valoriza o magnetismo daqueles e daquelas que encantam pela sua mediocridade ideológica, sem qualquer respeito pela verdade. O mesmo mundo onde o estatuto, ganho muitas vezes sabe-se lá como, ilumina o caminho até palcos com grande projecção. Pena que não alumie da mesma forma o percurso que vai além de uma superficialidade sensacionalista.